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Comunidades quilombolas do Paraná recebem show Terrosa em julho e agosto

  • Foto do escritor: Editor Paranashop
    Editor Paranashop
  • 16 de jul.
  • 4 min de leitura

Iniciativa é da artista Afro Paranaense Meia Lua e contempla ação para mulheres e crianças quilombolas

Banda Terrosa faz show em comunidade quilombola do Paraná durante evento cultural
Arquivo, Meia Lua - Show Terrosa

O Paraná é o Estado mais negro da região sul, com 31,1% da população declarada preta ou parda, segundo dados do Censo do IBGE DE 2017. Essa parcela do povo paranaense enfrenta heranças do racismo estrutural, que esbarra na falta de conhecimento e reconhecimento sobre as culturas tradicionais, em especial as de matriz africana. Sem esquecer do passado, mas de olho no futuro, o show Terrosa, da artista Meia Lua, traz uma vivência diferente para cinco comunidades quilombolas do Estado, que tem a oportunidade de entrar em contato com sua própria cultura e sua arte.


O projeto prevê a produção e a circulação do show em cinco quilombos do Paraná, localizados em cidades com menos de 20 mil habitantes: Comunidade João Surá e Comunidade Córrego do Franco- Adrianópolis, Comunidade Invernada Paiol de Telha Fundão - Reserva do Iguaçu, Comunidade Guajuvira - Curiúva e Comunidade Despraiado – Candói, sendo que esta última já recebeu o projeto no final de maio/2025. Segundo dados do IBGE de 2022, os maiores territórios quilombolas delimitados do Estado estão justamente em Adrianópolis, Reserva do Iguaçu e Curiúva.

Para Meia Lua, a iniciativa permite que ela observe as comunidades e entenda sobre a força e resistência dos povos tradicionais no que se refere a sua força e resistência. E focar nas mulheres, segundo ela, é necessário. “Compartilhar, agregar, entender, aprender e acima de tudo, contribuir e elevar a fortaleza da mãe Terra juntamente com outras mulheres, ampliando e fortificando a cultura étnica de um povo tão importante para nossa cultura ancestral”, diz a multiartista.


Terrosa é um show autoral, com 10 composições da cantora Meia Lua, multiartista afro paranaense que atua desde 1986 em grupos musicais e coletivos de cultura afro-brasileira. As canções, arranjadas em ritmos afro-brasileiros como samba, maracatu, jongo, forró e ritmos de terreiro, apresentam a trajetória de Meia Lua, enquanto mãe, mulher negra, capoeirista, atriz, bailarina, escritora, circense, filha de brincantes da cultura popular mineira e fazedora de cultura no Paraná.

A iniciativa ainda prevê duas oficinas de capoeira, capoeira pedagógica e maculelê para mulheres - A Resistência da Mulher na Roda da Capoeira - e duas oficinas de capoeira pedagógica para crianças - A Arte de Brincar com o Próprio Corpo, em cada comunidade quilombola visitada, totalizando 20 oficinas, ministradas por Meia Lua. Para cada comunidade serão doados os instrumentos utilizados durante cada oficina: atabaque, berimbaus, pandeiro, reco-reco e agogô para que as atividades sejam continuadas pelos grupos. As oficinas ainda têm o cuidado de se desenvolver com técnicas de inclusão para pessoas com deficiências física e intelectual.

Crianças em comunidade quilombola participam de performance do Terrosa durante evento
Arquivo, Meia Lua Oficina - Projeto Terrosa

A escolha das comunidades e o conteúdo das oficinas foram elaborados em parceria com a Federação Estadual das Comunidades Quilombolas do Paraná (FECOQUI) e será uma importante ação de valorização cultural, social e econômica dos locais selecionados. Como forma de gerar e circular renda dentro das comunidades, a equipe vai se hospedar nas próprias comunidades, usufruindo dos profissionais das próprias comunidades que os recebem. Esta será uma possibilidade de intercâmbio entre artistas, técnicos e moradores.

Como ações de acessibilidade os espetáculos e oficinas serão desenvolvidos em locais acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida. De acordo com a demanda de cada localidade, serão contratados profissionais para tradução em Libras e Audiodescrição. O projeto será documentado (vídeo e áudio) e será disponibilizado no canal do YouTube da artista Meia Lua e da FECOQUI. 

Show Terrosa é  um projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura | PROFICE da Secretaria de Estado da Cultura | Governo do Estado do Paraná, com apoio da Copel.

 

SERVIÇO:


Show Terrosa, com Meia Lua e banda:


Comunidade Quilombola João Surá – Adrianópolis (PR)

Dia 26 de julho, sábado - Oficinas: Capoeira Pedagógica (manhã e tarde) 

Dia 27 de julho, domingo - Oficina Capoeira Pedagógica (manhã) e Show Terrosa (Tarde)

Entrada franca

Informações: (41) 99827-1737


Comunidade Quilombola Invernada Paiol de Telha – Reserva do Iguaçu (PR)

Dia 2 de agosto, sábado - Oficinas: Capoeira Pedagógica (manhã e tarde)

Dia 3 de agosto, domingo - Oficina Capoeira Pedagógica (manhã) e Show Terrosa (Tarde)

Entrada franca

Informações: (41) 99827-1737


Comunidade Quilombola Guajuvira – Curiuva (a confirmar)

Dia 9 de agosto, sábado - Oficinas: Capoeira Pedagógica (manhã e tarde)

Dia 10 de agosto, domingo - Oficina Capoeira Pedagógica (manhã) e Show Terrosa (Tarde)

Entrada franca

Informações: (41) 99827-1737

 

Comunidade Quilombola Córrego do Franco – Adrianópolis (a confirmar)

Dia 23 de agosto, sábado - Oficinas: Capoeira Pedagógica (manhã e tarde)

Dia 24 de agosto, domingo- Oficina Capoeira Pedagógica (manhã) e Show Terrosa (Tarde)

Entrada franca

Informações: (41) 99827-1737

 

Sobre Meia Lua:

Meia Lua é Cantora, compositora, percussionista/Instrumentista, está inserida no cenário cultural paranaense desde 1986, é uma das precursoras do maracatu de baque virado e da capoeira de Curitiba e região. Licenciada em música pela UNESPAR – FAP (Faculdade de Artes do Paraná), Pós Graduada em Psicopedagogia e Graduanda em Musicoterapia pela CENSUPEG, é também capoeirista, formada pela ABADÁ – CAPOEIRA (Associação brasileira de apoio e desenvolvimento da Arte Capoeira), atriz – PÉ NO PALCO  – Escola de Teatro, Bailarina – UMNúcleo de Pesquisa em Dança – UNESPAR – FAP, Escritora Poetisa Independente e integrante do Coletivo PRETAS COM POESIA, empreendedora,  professora pesquisadora brincante de  culturas tradicionais afroindígena brasileira. É uma das organizadoras da Roda de Samba Maria Navalha – Grupo de pesquisa que resgata o samba de autoria de mulheres compositoras, integra o Samba do compositora Paranaense, Coletivo: Mulheres na Roda de Samba, Rodas de choro de Curitiba e Litoral Paranaense e além de apresentações solo, participa como vocalista/percussionista do Quarteto Cravos & Rosas (choro brasileiro),  Odaras DUO (sambas/Pop/Rock),  Carinhoso Trio (sambas/bossas), Flores Astrais – Grupo musical teatral psicodélico, Forró Cajaranas (forró pé de serra), Flor de Baobá (Brasilidades), Baque Mulher e Aroeira – Maracatu de Baque Virado. 


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