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Perdeu o olfato? "Fisioterapia" do nariz pode ser a solução, afirma especialista

  • Foto do escritor: Editor Paranashop
    Editor Paranashop
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

Método simples, mas baseado em evidências científicas, pode ajudar na recuperação mesmo após meses de perda

Você já imaginou ter que reaprender a sentir cheiros? Para muitas pessoas que perderam parcialmente ou totalmente o olfato – condição conhecida como hiposmia ou anosmia –, essa é uma realidade que vai além do simples incômodo de não sentir o aroma do café ou o perfume preferido. E a boa notícia é que, sim, há como reabilitar esse sentido. A solução pode estar em uma prática curiosa e, até pouco tempo atrás, pouco conhecida: o treinamento olfativo.


Parece coisa de terapia alternativa, mas trata-se de um método com base científica sólida, defendido por especialistas como o otorrinolaringologista Dr. Alexandre Yakushijin Kumagai, do Hospital Paulista. "O treinamento olfativo é uma forma estruturada de reabilitação sensorial. É como uma fisioterapia para o nariz", explica o médico.


Como funciona?


A prática consiste em cheirar conscientemente quatro odores diferentes, duas vezes ao dia, por no mínimo 12 semanas. Os aromas mais utilizados nos protocolos científicos são rosa, limão, cravo e eucalipto – sempre por meio de óleos essenciais. A exposição repetitiva ajuda o cérebro a "reaprender" a processar os cheiros.


Por trás desse reaprendizado está a neuroplasticidade – a capacidade do cérebro de se adaptar e criar novas conexões neurais. Estudos de imagem funcional mostram que, após semanas de treinamento, áreas cerebrais ligadas ao olfato, como o córtex orbitofrontal e o giro parahipocampal, voltam a ser ativadas.


A técnica, aliás, é recomendada oficialmente por diretrizes internacionais, como a EPOS 2020 e o International Consensus Statement on Olfaction Dysfunction (2023).


Para quem é indicado?


O treinamento olfativo é especialmente eficaz em casos de perda de olfato após infecções virais – como as provocadas pela Covid-19, por exemplo. Mas também pode ajudar em outras condições, como traumatismo craniano leve, rinite alérgica controlada, envelhecimento e até em doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer (nestas, como suporte, não como cura).


E mesmo quem convive com a hiposmia há muito tempo pode se beneficiar. "O ideal é começar o quanto antes, mas mesmo pacientes com perda persistente há mais de um ano podem apresentar melhora", afirma o especialista do Hospital Paulista.


Cuidado com os tutoriais!


Com a popularização do tema nas redes sociais, muitos pacientes tentam fazer o treino olfativo por conta própria. Um erro, alerta o especialista. “Nem toda perda de olfato é causada por vírus. Pode ser algo muito mais sério, como tumores, rinossinusites crônicas, doenças neurológicas ou até deficiências hormonais”, explica.


Além disso, o uso de odores não validados ou o diagnóstico errado pode atrasar tratamentos e comprometer a recuperação. O recomendado é sempre procurar um otorrinolaringologista, que pode indicar exames como endoscopia nasal, testes específicos de olfato (como o UPSIT ou o Sniffin’ Sticks) e, em alguns casos, tomografia ou ressonância magnética.


Alerta de doenças graves


A hiposmia, apesar de parecer um sintoma leve, pode ser o primeiro sinal de condições mais preocupantes. Entre elas, doenças neurodegenerativas, infecções fúngicas em imunodeprimidos e até tumores na base do crânio, como estesioblastoma. Por isso, o ideal é procurar um especialista sempre que a perda de olfato durar mais de 2 a 4 semanas, principalmente se não estiver relacionada a gripes ou resfriados.


A ciência já mostrou que o olfato pode ser treinado, assim como um músculo. E isso abre caminho para uma forma segura e eficaz de reconquistar um dos sentidos mais subestimados do corpo humano. Mas o segredo, segundo os especialistas, está na orientação médica correta, na disciplina e – por que não? – na esperança de voltar a sentir o mundo com todos os seus aromas.


Sobre o Hospital Paulista


Fundado em 1974, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia possui cinco décadas de tradição no atendimento especializado em ouvido, nariz e garganta e, durante sua trajetória, ampliou sua competência para outros segmentos, com destaque para Fonoaudiologia, Alergia Respiratória e Imunologia, Distúrbios do Sono, procedimentos para Cirurgia Cérvico-Facial, bem como Buco Maxilo Facial e Foniatria.


Referência em seu segmento e com alta resolutividade, conta com um completo Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrinolaringologia. Dispõe de profissionais de alta capacidade oferecendo excelentes condições de suporte especializado 24 horas por dia.


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