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Musculação como aliada contra dores nas costas

  • Foto do escritor: Da Redação com Assessoria
    Da Redação com Assessoria
  • 1 de jul.
  • 3 min de leitura
Luiz Otavio Almeida, gerente de Musculação Cia Athletica de Curitiba Valterci Santos
Luiz Otavio Almeida, gerente de Musculação Cia Athletica de Curitiba Valterci Santos

Com mais de 63% dos brasileiros relatando dor nas costas no último ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a musculação tem emergido não apenas como um caminho para o condicionamento físico, mas como ferramenta fundamental na prevenção e no tratamento dessas dores. A prática, quando bem orientada, pode ser decisiva para restaurar a qualidade de vida e a funcionalidade de quem convive com desconfortos crônicos. É o que defende Luiz Otavio Almeida, educador físico e gerente de musculação da Cia Athletica de Curitiba, em entrevista exclusiva.


“Entre as principais causas das dores nas costas estão o sedentarismo, o sobrepeso e o estresse. A musculação atua diretamente nesses fatores”, explica Luiz Otávio. “O pior caminho para quem sofre com dores na coluna é permanecer inativo”, enfatiza.


Um dos focos principais do trabalho preventivo e terapêutico com musculação está no fortalecimento do core — grupo de músculos que inclui abdominais, lombares e pélvicos. Segundo o especialista, esses músculos são essenciais para a proteção da coluna contra sobrecargas. Exercícios como a prancha ventral, ponte inversa e o chamado “perdigueiro em X” (que trabalha estabilidade e controle motor) são indicados, especialmente em modalidades isométricas.


Mas Luiz Otavio faz um alerta importante: não existe um exercício “mágico” que sirva para todos. “A escolha correta depende de uma avaliação funcional individualizada, que orienta o profissional na prescrição dos movimentos mais seguros e eficazes para cada aluno.”


Corrigir desequilíbrios é chave para evitar lesões


Dores recorrentes, especialmente na região lombar ou cervical, muitas vezes são resultado de desequilíbrios musculares, posturais ou funcionais. Por meio de avaliações específicas — como a postural, que observa desalinhamentos articulares, e a funcional, que testa padrões de movimento —, é possível detectar falhas que afetam a estabilidade do corpo.


“Com essas informações, estruturamos um treino que reorganiza esses desequilíbrios. Utilizamos inclusive exercícios com perturbações externas, que ativam tanto os grandes músculos quanto os estabilizadores, melhorando o controle motor”, explica.


Embora o acesso a academias e tutoriais de treino esteja cada vez mais fácil, Almeida alerta para os perigos da musculação sem acompanhamento técnico. “Infelizmente, é muito comum vermos pessoas praticando musculação sem a devida orientação. Isso pode agravar quadros de dor já existentes e levar a lesões sérias”, afirma.


Para quem já sente dores nas costas, esse risco se multiplica. A abordagem errada pode afastar o aluno da atividade física e impedir que ele se beneficie dos efeitos positivos do exercício sobre a dor.


A musculação eficaz vai além da execução técnica dos movimentos. O trabalho de consciência corporal — ou seja, a capacidade de perceber e controlar os próprios movimentos — é, segundo Luiz Otávio, essencial para consolidar bons hábitos fora da academia. “Esse ganho se reflete em atitudes do dia a dia, como sentar corretamente ou levantar objetos com segurança. A longo prazo, isso contribui para uma postura melhor e menor incidência de dores”, conclui.


Pessoas com dores crônicas, especialmente na lombar ou cervical, também podem — e devem — iniciar a musculação, desde que com acompanhamento profissional. “A inatividade prolongada só agrava a dor e dificulta a reabilitação”, explica Luiz Otavio. “Com uma avaliação adequada, é possível criar um plano de treino individualizado, seguro e eficaz”, afirma.  Além dos ganhos físicos, o especialista destaca o impacto emocional do exercício: “A melhora da autoestima, da confiança nos movimentos e da sensação de controle sobre o próprio corpo faz parte do processo de cura”.


Em um país onde a dor nas costas afeta milhões e impacta diretamente a produtividade e a qualidade de vida, a musculação — quando bem orientada — se apresenta não apenas como atividade física, mas como verdadeira estratégia de saúde pública.



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