Inteligência Artificial na negociação de imóveis: precisão, agilidade e resultados reais
- Editor Paranashop
- há 5 dias
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O mercado imobiliário está vivendo uma transformação sem precedentes, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA). Aquilo que há poucos anos parecia restrito a setores de alta tecnologia, agora faz parte do dia a dia de corretores, investidores e compradores de imóveis. E os números não deixam dúvidas: segundo o estudo AI In Real Estate Global Market Report 2025, da empresa de pesquisa de mercado The Business Research Company, o mercado global de IA aplicada ao setor imobiliário foi avaliado em US$ 2,9 bilhões em 2024 e deve alcançar impressionantes US$ 41,5 bilhões até 2033, com um crescimento anual médio de 30,5%.
Essa revolução já traz benefícios concretos. Um estudo da McKinsey, Generative AI can change real estate, but the industry must change to reap the benefits, aponta que empresas do setor que adotaram ferramentas baseadas em IA registraram aumento superior a 10% no resultado operacional líquido, graças a modelos de gestão mais eficientes, melhor experiência do cliente, maior retenção de inquilinos, novas fontes de receita e escolhas mais estratégicas na aquisição e venda de ativos.
A IA atua em diversas frentes. No atendimento ao cliente, chatbots inteligentes conseguem
responder dúvidas, apresentar imóveis, agendar visitas, simular investimentos e até auxiliar na coleta de documentos para aprovação de crédito. No Brasil, a proptech Morada.ai é um exemplo de sucesso: presente em quase 100 incorporadoras de 17 estados, cresceu mais de 400% no último ano, mostrando que a aplicação prática dessa tecnologia já está gerando resultados expressivos no nosso mercado, segundo o site de notícias latamlist.com.
Para o corretor, segunda a pesquisa AI Statistics In Real Estate for 2025, da plataforma
AllAboutAI.com, IA significa mais tempo para focar no relacionamento e na negociação. Pesquisas indicam que 85% dos agentes imobiliários que adotaram essas soluções relataram ganho significativo de tempo, especialmente em tarefas como triagem de inquilinos, que pode ser reduzida em até 75%. Além disso, 63% das empresas que passaram a utilizar IA viram sua receita aumentar.
Outro campo de destaque é o virtual staging, ou cenários virtuais, que permitem apresentar o imóvel de forma digitalmente mobiliada e decorada. Estudos mostram que esse recurso pode aumentar em até 200% o número de consultas de interessados em comparação com anúncios tradicionais. E quando falamos de precificação, a IA se mostra ainda mais poderosa: há soluções capazes de prever tendências de preços com até 95% de precisão, oferecendo aos negociadores uma vantagem competitiva considerável. Os números constam na publicação “IA no mercado imobiliário: principais estatísticas, tendências de mercado e crescimento futuro”, da plataforma artsmart.ai.
É importante lembrar, contudo, que o uso dessa tecnologia deve vir acompanhado de
responsabilidade. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige cuidado especial com
informações sensíveis, e há questões éticas, como vieses algorítmicos e transparência nas
decisões automatizadas, que precisam ser levadas a sério.
O fato é que a IA não é apenas uma tendência: ela já está redefinindo a forma de negociar
imóveis. Para quem atua no setor, incorporá-la ao processo é uma questão de competitividade e sobrevivência. Os corretores e empresas que souberem usar essa tecnologia com estratégia e ética terão mais precisão na precificação, mais agilidade nos processos, maior receita e clientes mais satisfeitos.

Diego Prudlik é consultor em gestão condominial e negociação imobiliária. Atua há mais de 10 anos no mercado, com foco em inovação, eficiência, administração e valorização patrimonial.
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