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Globalização e pluralismo

  • Foto do escritor: Da Redação com Assessoria
    Da Redação com Assessoria
  • 10 de nov. de 2021
  • 2 min de leitura

Paiva Netto

Em reconhecimento à Declaração de Paris, assinada em 12 de novembro de 1995, as Nações Unidas instituíram o 16/11 como o “Dia Internacional da Tolerância”. A data foi escolhida em tributo à assinatura da constituição da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), no ano de 1945. Nossa homenagem também ao Dia Nacional da Consciência Negra, 20/11, em memória do valente 

Zumbi dos Palmares 

(1655-1695). O Ecumenismo étnico é igualmente fator primordial para afastarmos a intolerância do convívio planetário. Na obra 

Reflexões da Alma

 (2003), escrevi que — em um mundo que se globaliza, tantas vezes esmagando tradições respeitáveis, é prudente não desconsiderar o pluralismo que existe em cada povo, até mesmo em pequenas tribos, enquanto labutamos em favor do espírito solidário, altruístico, preconizado pelo Ecumenismo Irrestrito, que é Boa Vontade em marcha. Isto é, a vontade decidida, generosa; universal vontade de viver em paz, como, por muitos anos, pregou o escritor e poeta brasileiro 

Alziro Zarur

 (1914-1979). O autor do “Poema do Deus Divino” lançou, já na década de 1940, a Cruzada de Religiões Irmanadas, sob a invocação de

“um Brasil melhor e de uma humanidade mais feliz”.

Justamente porque o espírito de Fraternidade Ecumênica entre os religiosos deve servir de exemplo aos demais. Com esse feito, Zarur antecipou-se ao que mais tarde viria a ser chamado de relacionamento inter-religioso. Em 7 de outubro de 1973, proclamou a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, em Maringá/PR, Brasil. (...) O Ecumenismo eleva-nos à procura de soluções globais, dentro do espírito universal de Fraternidade, pregada por grandes pensadores e inspirados líderes de religiões. Ela é o “fio de 

Ariadne

”, que, seguramente nos conduzindo pelos caminhos escuros e tortuosos das cavernas do 

Minotauro

, pode levar-nos à esplendorosa claridade do Sol, livrando-nos das trevas dos ódios sectários. (...) O estágio de fragilidade moral do mundo é tão avançado, apesar dos progressos atingidos, que, para acabar com a violência, só existe uma medicina forte: a da escalada da Fraternidade Solidária, aliada à Justiça, na Educação. Por isso, ecumenicamente espiritualizar o ensino é um poderoso antídoto contra a agressividade. Por falar na “Senhora de Olhos Vendados”, aqui um ilustrativo pensamento do ensaísta francês 

Luc de Clapiers

, Marquês de Vauvenargues (1715-1747): 

“Não pode ser justo quem não é humano”

. Por conseguinte, também não pode ser feliz. Haverá um dia em que as armas terão, por fim, suas sinistras vozes caladas. Ainda no terceiro milênio, mesmo que demore, os seres humanos entenderão que a essência do poder não se encontra propriamente neles, mas, sim, no espírito de Solidariedade, que a todos deve irmanar. Resta muito por fazer. Portanto, mãos à obra! O tempo não se detém para esperar pelos humores de quem quer que seja.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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